domingo, 19 de julho de 2015

Vida


Em primeiro sopro
contracena
a rasgar o vento.
gritar

do mundo,

o rugido de uma era.


Em segundo toque
Afaga
em desprazeres de espinhos, 
os perfumes,
que se colhem em belas flores.


Em terceira lucidez 
Eterniza os segundos
esculpindo o ente,
em monumento
de existência.

Em último 
alento,

é poeira
de medir 
o tempo.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

PRECIOSO MUNDO

PRECIOSO MUNDO


Remanesce tua face
escura, 
crua,
nua.

Percorre seiva da vida,
o espanto.

É sábio,
e caótico.
É feroz, 
como explosão solar.
E é manso, 

como alvorecer.

Mostra tua sombra à vida
preciosa. 
Entardecendo os dias,
em fins

tranquilos.

E na calada de sua noite
mais escura,
Sorri,

com dentes largos, 
brilhantes,

estrelados.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Acordar.



Hoje não sei nem qual título colocar a este trabalho. Acho que amanhã também não saberei. A muito tempo tenho experiências relacionadas a paralisia do sono, algo que sempre me pareceu muito normal até o momento em que descobri que a frequência e a forma como ocorreram e vem ocorrendo em minha vida são muito distintas de tudo que já encontrei, de estudos sistematizados até crenças pessoais relatadas pessoalmente ou via internet.

Bem, hoje começo um diário de sonhos (?) onde deixarei registrado, publicamente os detalhes, tentarei ser preciso em relação as sensações, duração, se houve paralisia ou não, quais esforços fiz para tentar acordar, se me esforcei ou busquei ficar tranquilo (como vi de conselho de muitos lugares).
Começarei com experiências registradas a partir dessa semana, onde tive uma paralisia que a muito não me ocorria.
Para fins de apresentação, costumava ter paralisia do sono em uma frequência de 03 a 05 vezes por semana. De certo tempo para cá, essa frequência diminuiu bastante, tendo até semanas que nada me ocorria. Recentemente tem ocorrido novamente em uma frequência média de 02 vezes por semana. Sendo que a última foi muito intensa (?). Adiante farei a postagem dessa última experiência, das outras a seguir e talvez de outras que já se passaram.

Gostaria de ressaltar, antes de tudo, que não buscarei explicações sobre o porquê, apenas farei registro das experiências.


quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Indentidade




As vezes me parece que o outro é uma parcela minha que tomou vida própria. Pedaço de mim desmembrou-se, tomou nome, identificação e um certo senso perdido de ser alguém.
As vezes me parece que sou uma costura de outras pessoas. Quantas pessoas existem dentro de nós?
Perdido sou quando na certeza de ser alguém.
Sempre que me firmo em ser um, sou só.
Só pedaço.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Lágrima.


Nunca tive portas.

É estranho encontrar uma paixão pela liberdade do horizonte com a vida insistentemente presa a quatro paredes. Encontrar de repente o momento em que portas e janelas são exatamente as mesmas, ambas buracos nas paredes.

Incomodar-se repentinamente com a necessidade das quatro paredes e da contraditória necessidade de janelas. Observar atento e seguro, destemido. Todo horizonte está no sonho. Todo horizonte permanece quando não se tem portas. Permanecem onde sempre serão horizontes, por naturalmente não serem alcançados. Não há convite para entrar, nada, ninguém, apenas posso observar da janela, afinal, nunca tive portas. Toda a vida sempre permanecerá no sonho através da janela, nos buracos de minhas paredes.

Creio que não posso me perguntar o que naturalmente se perguntaria. Por que não pular as Janelas?

Porque estes são, os meus buracos...



quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Confronto(forto)


As vezes acredito que as coisas mais fáceis da vida são as que menos praticamos.
Hoje senti tristeza pura, sempre senti tristeza por algum motivo ou por alguma coisa que acontece ou acontecerá. Hoje não, senti tristeza apenas, como se ela fosse alguém que estava do meu lado querendo conversar comigo. Caminhou do meu lado e me disse o quanto ela gosta da vida. Tristeza é certamente muito confortável, nos embala em um sono. Tive alguns momentos para conversar, mas resolvi não fazer muitas perguntas a ela, as vezes temos apenas que escutá-la.
Hoje escutei tristeza, hoje a tristeza me falou.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sol, lua e eclipse.


Você me deixa olhar seus olhos

mesmo que distante

Me perder entre os relevos aveludados de sua iris

Onde estão marcadas as impressoes de seus ancestrais

Trazer a tona em minha temperatura

O sentimento na carne, pulsante

Onde o sangue se torna expressão viva de minhas palavras

Deslizar os lábios por suas costas

e sua nuca

Segurar-te por perto sem te prender

Nós dois

eu e você

tocando o silêncio

Onde nada está calado.

Onde tudo diz desnudando qualquer palavra possível

Deixando ao corpo a expressão do impossível.